


Áudios gravados com autorização da Justiça Italiana apontam que atacante sabia da condição da vítima do abuso sexual



Foto: Ivan Storti/Santos FC
Após as gravações do caso Robinho na Justiça Italiana ganharem repercussão aqui no Brasil, nesta sexta-feira (16), o Santos Futebol Clube disse ter chegado a um acordo com o atleta e suspendeu o contrato firmado com o jogador no último dia 10 de outubro.
O comunicado foi feito à torcida por meio de uma postagem realizada nas redes sociais do time da Vila na noite desta sexta-feira (16).
A publicação diz que o acordo foi cancelado para que o atacante se dedique exclusivamente a sua defesa no processo que corre na Itália.
Entenda
Robinho e o amigo Ricardo Falco foram condenados em primeira instância na Justiça italiana a 9 anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem de origem albanesa. A decisão foi tomada em novembro de 2017 pelo Tribunal de Milão. Em dezembro deste ano, o caso volta a ser analisado em segunda instância.
O crime aconteceu na Boate Sio Café, em Milão, na Itália, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho e Falco, outros quatro brasileiros são apontados como suspeitos de participação no crime de violência sexual.
Durante o processo, o atacante brasileiro negou o crime e alegou que o sexo oral ocorreu de forma consesual.
Os quatro deixaram a Itália durante as investigações e, por isso, respondem um processo separado.
Nesta sexta-feira, as gravações de uma conversa entre Robinho e Folco foram divulgadas na imprensa. Durante o diálogo, fica comprovado que os autores sabiam da condição da vítima.
Falco: –Ela se lembra da situação. Ela sabe que todos transaram com ela.
Robinho: – Tenho certeza que o amigo gozou dentro dela.
Falco: – Não acredito. Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si.
Robinho: – Sim.
As gravações foram feitas com a autorização da Justiça Italiana e para o Tribunal elas são autoacusatórias. Ainda durante o grampo solicitado pela Justiça, Robinho aparece conversando com o músico Jairo Chagas, um brasileiro que cantou na boate no dia do crime.
No processo, aparece o jogador dizendo para o músico:
Robinho: – Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu.
De acordo com o processo, o jogador continua:
Robinho: – Olha, os caras estão na merda. Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi que os caras foderam ela. Eram cinco em cima dela.
m outra oportunidade, em janeiro de 2014, a Justiça Italiana pegou um outro trecho da conversa entre o músico e o jogador:
Robinho: –A polícia não pode dizer nada, eu direi que estava com você e depois fui para casa.
Jairo: – Mas você também transou com a mulher?
Robinho: – Não, eu tentei…
Jairo: – Eu te vi quando colocava o pênis dentro da boca dela.
Robinho: – Isso não significa transar.
Esses e outros diálogos estão transcritos no processo contra o jogador e o amigo brasileiro. Em dez de dezembro deste ano, o caso volta a ser analisado em segunda instância da Justiça Italiana.
Por: Itatiaia BH